Leite: leilão do arroz gera insegurança para o produtor

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), criticou o imbróglio envolvendo o leilão para a importação de 1 milhão de toneladas de arroz, recentemente anulado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) após suspeita de corrupção e questionamento a capacidade técnica e operacional dos vencedores do certame.

O estado responde por cerca de 70% do arroz consumido no Brasil. A produção local foi atingida tanto na lavoura quanto em armazéns, em função da tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul com as fortes chuvas em abril e maio.

Após sofrer uma série de críticas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu anular o leilão e cancelou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz que seriam importadas. Um novo edital deve ser publicado, mas ainda não há previsão de data para o leilão.

Ao todo, mais de R$7 bilhões foram liberados pelo governo federal para a compra de 1 milhão de toneladas de arroz.

“Não há risco de desabastecimento no país, e a decisão de importar arroz de outros países acaba gerando insegurança no produtor rural sobre as futuras plantações”, criticou Eduardo Leite, ao participar, nesta quinta-feira (27), do Global Agribusiness Forum (GAF), no Allianz Parque, em São Paulo (SP). O evento faz parte da programação do Global Agribusiness Festival (GAFFFF), promovido pela consultoria agrícola Datagro, que atua em mais de 50 países, e que conta com o apoio da XP.

“Não é apenas um efeito danoso no presente, mas o que gera de desestímulo ao produtor, fazendo com que tenhamos menos áreas plantadas”, afirmou o tucano.

“Nós somos contra e defendemos justamente que o Brasil não faça isso. Vemos ainda uma situação de escândalos de corrupção na tentativa de aquisição de arroz de outros países. O governo teve de abortar essa compra e tem a oportunidade de rever isso. É isso que nós defendemos”, completou o governador gaúcho.